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A utopia da paz: políticas de drogas e agenda antirracista
“O Brasil nunca lidou bem com seu passado colonial. Depois da Abolição formal da escravidão, uma imensa massa de pessoas ex-escravizadas se distribui na paisagem das cidades, entre as camadas mais empobrecidas da população. Sedimenta-se assim a associação entre cor da pele e pobreza, bem como o contraponto entre civilizados e selvagens. Um percurso que nos permite entender uma série de coisas sobre o Brasil de hoje, inclusive como o racismo entranhado numa política aparentemente correta de guerra às drogas, organiza um conjunto de instrumentos sistêmicos e define processos de escolher quem vive e quem morre. É preciso de espaço e poder para produzir raça. A raça como espaço do…